HISTÓRIA DA REGIÃO
A palavra Grajaú é de origem tupi, que significa, "Eu sou o cara", "Eu tenho esse poder", "Eu sou o homem", "Eu posso". Quem falava Grajaú, queria dizer que tinha algo a mais que alguém da tribo, que era mais corajoso por ter feito algo que ninguém acreditava que ele poderia ter feito.
Mas até o momento não sabemos o porquê da escolha deste nome, ele poderia ter sido criado na década de 60, por um grileiro quando muitas chácaras deste local eram do INCRA e, portanto só tinham documento de posse, alguém invadido muitos latifúndios desta região e as loteando tornando- se rico dizia “eu sou o cara”.
A maioria dos bairros adjacentes tem o nome de origem tupi, tal como Itajaí, que é "Rio das Pedras", tudo bem que lá tem um riozinho, mas será que no passado havia pedras?
O bairro Cantinho do Céu tem este nome porque os primeiros moradores do local a família Mambeli ao adquirirem uma chácara em 1967 colocaram este nome na chácara, que passou para o bairro por se muito conhecida.
O nome não tem tanto haver com os locais que os recebem, mas quem sabe o que gostariam que fossem?
Entre os primeiros habitantes do Grajaú no século XIX os Alemães
A região do Grajaú, pertence ao antigo sertão Santamarense (hoje os Distritos de Marsilac, Parelheiros, Grajaú, Cidade Dutra, Socorro, Jardim São Luiz, Jardim Ângela, Campo Limpo, Vila Sônia, Vila Andrade, Morumbi, Campo Grande, Pedreira, Cidade Adhemar, Jardim Miriam e Jabaquara) que somado aos Distritos de Itaim Bibi, Campo Belo e Santo Amaro, formavam o antigo Município de Santo Amaro, fundado como vila jesuíta na aldeia de Ibirapuera, por volta de 1552, onde hoje está o Terminal João Dias.
Foi na década de 60 que o sertão Santamarense teve inicio sua urbanização e seu adensamento demográfico, com a chegada da família Adão Reimberg, que adquiriu nesta época aproximadamente 40 alqueires de terra, que pertenciam anteriormente ao Dr. Olavo Guimarães Sobrinho, realizando o maior loteamento até então implantado em nossa capital.
Mas a região do Grajaú surgiu antes de 1950-60, pois já era um local de sítios e passagem, antes da construção das represas, ou melhor, ainda nos tempos coloniais. Era ocupado por grandes empreendimentos de lazer devido ao seu balneário, que ainda hoje em 2009 apesar da poluição, são possíveis encontrar na região do Bororé (também conhecida como Ilha ou Península do Bororé). Após a publicação da Lei de Proteção aos Mananciais (Lei Estadual 1.172/76) esta região foi gradativamente loteada pelos especuladores imobiliários, porém somente 1/4 de sua área estava loteada, os outros 3/4 eram ocupados com os antigos sítios dos descendentes dos primeiros moradores do Sertão Santamarense, com chácaras de veraneio e clubes de meados do século passado (1940-1970).
Pelo Grajaú se faziam as ligações da vila de Santo Amaro na capital, com a Vila de Conceição de Itanhaém no litoral sul de são Paulo, até meados do século XIX, através da Estrada do Cocaia que ligava com a Estrada de Conceição, onde foi instalada a primeira colônia estrangeira do Brasil, a Colônia Alemã em 1829.
Por ser trajeto de Alemães e quatrocentões em 1930 a região do Grajaú era repleta de sítios dos imigrantes alemães até instalaram uma Colônia Alemã, atual Colônia Paulista no bairro da Colônia na região de Parelheiros.
Em breve teremos mais informações sobre a História da região do Grajaú na zona sul de São Paulo.
Glossário:
Grileiro = pessoa que falsifica documentos.
INCRA = Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, órgão do governo.
Quatrocentões = a miscigenação, o resultado da união de sangue Alemão com português.
Balneário = região de rios, lagos e represas aonde as pessoas se banham.
Fontes:
FOLHA DE S. PAULO, Caderno Cotidiano - Patrimônio, 31/10/2004
